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Microsoft Hololens - Será o futuro?

Enquanto companhias como a Oculus, PlayStation e HTC / Valve estão a apostar em grande na realidade virtual, a Microsoft tem em mãos uma tecnologia diferente que, embora siga alguns princípios da realidade virtual, é essencialmente algo diferente e que promete revolucionar a forma como interagimos com a tecnologia.

O Microsoft Hololens teve a sua primeira aparição na E3 2015, com uma demonstração de Minecraft que deixou os fãs de tecnologia e de videojogos a imaginar as potencialidades. Até há pouco, do Hololens só conhecíamos os vídeos de demonstração, todavia, na semana passada a Microsoft convidou-nos à sua sede em Lisboa para uma apresentação dos seus produtos para a quadra natalícia. Denominado de "Christmas in September", o evento serviu para mostrar os novos computadores Windows 10 de marcas como a Acer, Asus, HP e Lenovo. A Microsoft também reservou algum tempo para a Xbox One S, mas o grande ponto de atracção foi sem dúvida o Hololens.

Com uma decoração natalícia do espaço para os convidados, a Microsoft celebrou antecipadamente o Natal e a grande prenda foi o Hololens, que surgiu da sacola de um Pai Natal que entrou de rompante na sala. Para provar que o dispositivo funciona, e que o que vimos nos vídeos não é ficção, a Microsoft fez uma demonstração ao vivo do Hololens. O dispositivo é parecido com os de realidade virtual, mas as lentes são transparentes e a distribuição de peso está mais equilibrada, visto que o Hololens não tem a necessidade de ter ecrãs à frente dos olhos.

Para perceber o conceito do Hololens, é melhor pensarem na realidade aumentada, ou seja, é algo que está sobreposto à realidade, à imagem captada pelos nossos olhos. Contudo, a Microsoft prefere outro termo para descrever a sua tecnologia: realidade mista, como se houvesse uma mistura entre a realidade e o virtual. Embora a realidade aumentada não seja novidade, a forma como o Hololens aplica esta tecnologia é inédita e aproxima-se da ficção de filmes como Relatório Minoritário, em que a interação com hologramas se tornou comum.

"Embora a realidade aumentada não seja novidade, a forma como o Hololens aplica esta tecnologia é inédita"


Quando colocamos o Hololens, a primeira coisa que vemos é um painel que serve para escolhermos a aplicação. Neste kit de desenvolvimento existiam várias opções, mas devido ao tempo limitado para cada pessoa experimentar, apenas podíamos escolher uma. Como somos fãs de videojogos, optamos pelo único disponível. No jogo em questão temos que disparar contra robôs com formas de insectos que estão a sair de um buraco holográfico da parede. Não é necessário qualquer comando, visto que o acto de disparar é feito esticando o braço e juntando o polegar ao indicador.

O mais impressionante do Hololens é a naturalidade da adaptação ao dispositivo. Não há qualquer enjoo de movimento visto que a imagem real é preservada (na realidade virtual basta existir um pouco de latência e imagens com movimentos bruscos para nos sentirmos desconfortáveis). Para apontarmos para os insectos robóticos, apenas temos que focar o olhar num deles. Para nos desviarmos dos tiros, temos que mexer as pernas e escapar da trajectória. Tudo isto está integrado na experiência, não precisamos de controladores de movimento nas mãos nem de dispositivos adicionais que detectem a nossa posição.



O Hololens tem a capacidade de ler o espaço no qual nos encontramos e de se ajustar. De acordo com a Microsoft, existe um processador dedicado só para esta tarefa. Numa das demonstrações, a Microsoft mostrou que o dispositivo conseguia detectar os objetos da sala colocando um holograma em cima de uma mesa exposição de computadores portáteis. O conceito do Hololens passa por transformar a nossa casa com hologramas. Por exemplo, em vez de termos uma televisão na sala, colocamos o Hololens e vemos a televisão através de uma imagem holográfica. Não sabemos até quão longe poderão progredir os videojogos no Hololens, até porque nem todos os gêneros funcionam neste conceito, mas a aplicação tem potencial para outros usos.

Uma das afirmações mais surpreendentes da Microsoft foi que já existem equipas portuguesas a desenvolver aplicações para o Hololens. Uma delas é para a área da arquitetura e serve para visualizar projetos por construir. Uma das possibilidades é ampliar o projeto, adaptando-o ao espaço no qual estamos inseridos, e entrar dentro de uma casa virtual. A aplicação até consegue mostrar a exposição solar da casa por construir e calcular o ângulo de incidência dos raios solares nas janelas. Numa outra aplicação (esta sem origem portuguesa) era possível explorar um mapa do sistema de solar.

O que importa reter é que o Microsoft Hololens funciona. O conceito está a ser aplicado neste momento, no entanto, ainda existem limitações e muita optimização por fazer. Nem sempre o dispositivo reage da forma esperada (a demonstração da Microsoft teve alguns percalços) e as aplicações que existem ainda não fazem justiça aos vídeos promocionais do Hololens. Apesar disto, a tecnologia continua a impressionar, e se a Microsoft conseguir optimizar a experiência, o Hololens poderá revolucionar a interação tecnológica dos utilizadores.

Ainda não existe uma data de lançamento para a versão final do Hololens (a versão para consumidores), mas já é possível adquirir o HoloLens Development Edition VR (recomendado para produtores) nos Estados Unidos e Canadá. O preço desta versão é 3000 dólares.

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