ANALISE: Nier: Automata

Nier: Automata é o novo jogo de ação em terceira pessoa desenvolvido pela Platinum Games, criador da franquia Bayonetta. Disponível para PS4 e PC (via Steam), o título transporta o jogador para um mundo pós-apocalíptico devastado por androides, onde você controla a androide 2B. Confira a análise completa:


Terra nova

O universo de Nier: Automata pode pode parecer genérico à primeira vista, mas, depois, abre espaço para histórias bem construídas e personagens cheios de potencial. O enredo se passa em um futuro distante, na Terra, depois que as máquinas exterminaram os humanos e tomaram o planeta por completo.



Os poucos sobreviventes buscaram refúgio na superfície da Lua e, graças à tecnologia, foram capazes de desenvolver soldados "YoRHa" de ultima geração, com habilidades incríveis de combate. A criação de um exército de androides representa o último suspiro da raça humana em tentar retomar o domínio do planeta natal.

A protagonista, 2B, é conhecida por um código de fabricação, assim como seus parceiros 9S e A2, ambos protótipos concebidos na Lua. Ao longo da campanha, a heroína recebe a ajuda de outros androides – as habilidades únicas dos personagens não fazem tanta diferença na prática – para vencer desafios e aniquilar criaturas robóticas. 

A história, apesar de ter bons momentos, demora para engrenar e, às vezes, sofre com o ritmo inconstante. O tom melancólico cria uma atmosfera imersiva, mas as relações entre alguns personagens não são explicadas com o grau de profundidade característico dos RPGs – sim, Automata é um típico RPG de ação.



A vantagem é que a campanha traz mais de um caminho a ser seguido, portanto há diferentes desfechos para uma mesma situação. De certa forma, isso incentiva o jogador a se aventurar no modo New Game Plus para conhecer outras conclusões.

Diferentemente de outros grandes RPGs cujas escolhas são moldadas nos diálogos, as decisões em Automata dependem de ações simples. Cabe ao jogador, por exemplo, escolher entre matar ou poupar um robô inofensivo. Quanto maior o número ações ruins tomadas pela heroína, mais difícil o jogo vai ficar. 


Selo Platinum de qualidade


Talvez a maior virtude de Nier: Automata seja sua capacidade de aliar densidade de mecânicas de RPG com a pegada frenética do gênero hack and slash. Em comparação a Vanquish e Bayonetta, duas grandes franquias do estúdio, Automata aposta em um ritmo mais cadenciado, justamente por ser um jogo não linear, com diálogos e sistemas profundos de RPG.



A mecânica de combate que, de fato, é a marca registrada da Platinum Games, é viciante. O sistema de luta é sólido e dinâmico, apesar de não ser tão variado em consequência das poucas opções de combos. Contudo, há combates que devem ser encarados sob perspectivas diferentes, o que inclui desafios em visão lateral e câmera isométrica, além de batalhas aéreas.

Nier: Automata não se contenta em ser somente um hack and slash descerebrado. Ele exige reflexos rápidos e muita estratégia, já que é preciso esquivar nos momentos certos e estudar as ações adversárias para descobrir a melhor forma de atacar. O tipo de arma interfere diretamente no ritmo de jogo, portanto é necessário definir o equipamento ideal para cada ocasião.


Ao ser abatido em combate, o corpo permanece no local da morte e, com ele, os Mod-Chips armazenados. Para recuperá-los, o personagem deve retornar ao corpo. Tenha em mente que, ao morrer sem recuperar o corpo, todo o progresso de Mod-Chips é perdido. Com os Mod-Chips, é possível equipar armas melhores e fundir peças para obter habilidades e itens, algo semelhante a um sistema de loot. 

Explore o mundo aberto


O mundo do jogo é aberto e permite que os cenários sejam explorados livremente pelos personagens, além de oferecer missões paralelas e áreas secretas. O mapa não é gigantesco em extensão, mas aproveita de forma inteligente a verticalidade das construções. Em certas missões, é necessário retornar a um ponto já visitado, apenas renovado com outros inimigos.



Um ponto a ser ressaltado é que certas atividades secundárias são desbloqueadas somente depois de finalizar a campanha pela primeira vez – algumas, inclusive, exigem dois finais –, o que estimula a vontade de repetir toda a jornada, especialmente depois de um final surpreendente.

Por se tratar de um RPG, Automata traz um amplo sistema de progressão, que possibilita equipar itens e mods para melhorar os atributos dos personagens. A ideia de misturar hack and slash com a densidade dos RPGs é ambiciosa e funciona de forma satisfatória, ainda que a interface seja bastante confusa.

Visual acima da média

Os cenários não têm tantos detalhes visuais, e a limitação técnica fica evidente em áreas específicas encobertas por névoa. Apesar disso, a qualidade do level design é inquestionável e entrega uma boa diversidade de ambientes a serem descobertos.

O maior ponto negativo fica por conta da dificuldade do título em manter a taxa de quadros estável, seja no PS4 tradicional ou no PS4 Pro. Mesmo rodando no console mais potente, é comum presenciar quedas brutais de desempenho e problemas no carregamento de objetos

Conclusão

Nier: Automata consegue reunir o que há de melhor em dois gêneros – hack and slash e RPG – para entregar uma experiência viciante, ainda que tenha problemas de ritmo e não seja tão original. O combate sólido e o incrível mundo aberto, cuidadosamente projetado, despertam a curiosidade para conhecer todos os finais

Este RPG de acção brinca com o convencional e injeta numa alma profunda um gameplay aprimorado com o selo da Platinum Games.

Nota 8.5
  • Gráficos 9
  • Jogabilidade 9
  • Diversão 9 
  • Som 8

Prós                                                                                          
  • Combates
  • Progressão viciante
  • Level Design
  • Sistema de decisões
  • História

Contras
  • Ritmo inconstante
  • Limitações técnicas
  • Desempenho


8 Comentários

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