Analise: Donkey Kong Bananza - Um dos melhores jogos Nintendo nos últimos 8 anos.

 Donkey Kong Bananza é um dos jogos mais divertidos de sempre da Nintendo, capaz de despertar sorrisos nas crianças e energizar o gosto pelos videojogos nos adultos. Os níveis 3D são recreios que podes destruir quase em pleno, num design que usa a simplicidade como rampa de lançamento para uma enorme dose de diversão.

Donkey Kong Bananza é um genial ensaio sobre a simplicidade como forma de engrandecer a diversão numa ampla audiência, uma soberba interpretação da popular metodologia que ajudou a Nintendo Switch a tornar-se num sistema de enorme sucesso. Por mais atrativas que fossem as capacidades de uma híbrida para transformar a forma como interagimos com esta arte, não há como negar que foram os jogos da Nintendo que realmente elevaram a consola para um patamar histórico. Donkey Kong Bananza mostra que a Nintendo Switch 2 está totalmente preparada para dar continuidade a essa era de vibrante energia criativa.




O trabalho da Nintendo Tokyo EPD não revoluciona, mas é um magistral esforço que revela bem o método Nintendo: criar diversão e sorrisos para jogadores dos 8 aos 80. Parece fácil, mas todos sabemos que não é, o método Nintendo não é fruto do acaso e o efeito psicológico dos seus jogos até devia ser estudado. Assim que pegas em Donkey Kong Bananza é impossível não sentir que toda a sua simplicidade, apoiada por uma estética cirurgicamente criada para te fazer sentir bem-disposto, é um grande trunfo.

Donkey Kong Bananza é dos poucos jogos que sinto que realmente se aproxima daquele efeito impossível tão perseguido por quase todas as companhias no entretenimento: fazer-te sentir que, em adulto, ainda podes sentir a mesma sensação de maravilha mento como em criança. Após olhar para Super Mario Odyssey como o meu jogo Nintendo favorito dos últimos 8 anos, vejo-o a ceder o lugar ao novo título do mesmo estúdio, que dá continuidade à sua boa energia, charme e encanto.

Pessoalmente, sinto que o engenho da Nintendo advém da sua capacidade para perceber que a elevada popularidade das suas franquias significa uma enorme responsabilidade: produzir jogos que podem ser jogados por crianças e adultos, de todos os níveis de habilidade com um comando de consola. Isto exige um delicado equilíbrio entre jogos com profundidade ou dificuldade para satisfazer os seus fãs que, entretanto, já cresceram, mas ainda assim com suficiente nível de acessibilidade para continuar a maravilhar as crianças. Sempre com uma adorável estética a embalar a jogabilidade.

Uma adorável narrativa

É difícil escapar a essa sensação de estar perante um jogo para jogadores de todas as idades com Donkey Kong Bananza, algo para o qual a narrativa também contribuiu. Donkey vive os seus dias a destruir pedra aos socos para obter as suas adoradas bananas, mas Void Kong e a sua Void Co deixam o planeta no caos em busca do núcleo do planeta, onde alegadamente qualquer desejo pode ser cumprido. Por acidente, DK encontra uma pequena pedra que fala, que eventualmente volta ao seu estado original, Pauline.

A pequena cantora veio da sua cidade para este planeta e não entendo o seu propósito para os planos de Void, mas a sua voz esconde um poder especial que ajudará Donkey a salvar o dia. É uma enorme aventura com um enredo simples, fácil de acompanhar por pessoas de qualquer idade, com um grande nível de ternura que quase faz pensar na inocência e simplicidade de muitos dos mais adorados filmes de aventuras com jovens da década de 80.

Na missão para travar Void Kong e alcançar o núcleo do planeta, DK e Pauline descem pelo planeta, camada a camada, sempre a ajudar os habitantes locais dos sarilhos causados por Void e os seus rufias. Isto inclui encontrar as criaturas Ancestrais para obter o poder das Bananzas (transformações em criaturas especiais) e expandir as habilidades de Donkey Kong além da sua enorme força que lhe permite destruir praticamente tudo em cada camada.

Plataformas destrutivas

É precisamente essa destruição que diferencia Donkey Kong Bananza de qualquer outro jogo de plataformas 3D, tornando-se na principal mecânica que lhe permite tornar-se altamente divertido pois remove à jogabilidade qualquer hipótese de se tornar complicada. Não existe nenhum atrito aqui, desde o primeiro momento podes começar a dar socos em todas as direções e desviar-te do caminho visível para procurar segredos. Seja para encontrar baús com mapas, bananas, salas com desafios opcionais com mais bananas ou os fósseis que permitem comprar mais roupas com perks, podes seguir em qualquer direção.

Donkey Kong Bananza é claramente um jogo construído a partir das ideias de Super Mario Odyssey, com uma escala superior. As camadas de cada planeta são níveis de jogabilidade de maior tamanho, nos quais desfrutas de total liberdade de exploração, sempre ao soco a todo. O objetivo até pode estar mesmo a alguns metros à tua frente, mas tens total liberdade para começar a rebentar com o cenário para apanhar ouro (a moeda de troca para regressar ao jogo quando perdes todos os corações) ou os já referidos itens.

É um design verdadeiramente refrescante e inesperado, que remove qualquer atrito a Donkey Kong Bananza, que desta forma se torna divertido para jogadores de todas as ideias. Podes escalar partes dos cenários, se preferires, muitos níveis exigem ultrapassar desafios para chegar ao objetivo, mas na maioria do tempo vais desbravar terreno aos socos. Existem mecânicas como arrancar partes dos cenários para usar as pedras como objeto de transporte ou para atirar aos adversários, mas a alma destrutiva de um jogo tão charmoso e adorável é realmente o que surpreende.

A equipa na Nintendo aparentemente seguiu-se por um lema de “descomplicar as plataformas”, focada totalmente na diversão e a experiência de jogo beneficia precisamente essa liberdade de exploração destrutiva. Mesmo com alguns níveis opcionais que transferem a jogabilidade para uma perspetiva lateral similar aos clássicos da série, são os mais de 12 cenários (as camadas do planeta) que ficam na memória.

Além disso, existem diversos momentos engenhosos de jogabilidade que te forçam a usar as mecânicas, gerir timings e derrotar criaturas de forma específica para diversificar o espírito destrutivo, isto sem contar com os bosses para os quais as Bananzas são altamente eficazes.

O poder das Bananzas

Para tornar muito mais dinâmica esta jogabilidade tão focada na quase total destruição dos cenários, uma ferramenta que serve a simplicidade como veículo na estrada até à diversão máxima, a Nintendo introduziu a mecânica das Bananzas. Parte da encantadora jornada de DK e Pauline passa pelo encontro com criaturas ancestrais que permitem ao protagonista ativar novas formas com novas habilidades, incluindo planar durante alguns segundos para chegar a novos locais, destruir paredes que DK não consegue destruir na sua forma natural, saltos duplos para chegar a novas plataformas, ou aspirar partes dos cenários para abrir caminho.

Vais desbloquear várias formas Bananza ao longo do jogo, em níveis cujos desafios estão desenhados a pensar no seu uso, mas nas partes finais terás de alternar regularmente entre várias formas para ultrapassar inimigos ou secções de plataformas mais exigentes. É precisamente a maior dificuldade e exigência das últimas fases que mostra como a equipa na Nintendo não apostou em tornar a experiência difícil para permitir que Donkey Kong Bananza seja jogado por um amplo espectro de jogadores, incluindo crianças.

Existem diversos bosses e desafios que exigem mecânicas disponíveis apenas quando ativas uma Bananza específica, mas na maioria do tempo terás grande liberdade para as usar na exploração dos ambientes 3D, enquanto procuras por segredos e queres chegar a novos locais.

Melhorar Bananzas com as bananas que encontras também é importante, tens imensas habilidades para desbloquear e melhorar, algo para o qual o sonar ajuda imenso. Com esta mecânica, DK dá socos no chão para enviar ondas de choque que identificam itens de interesse, mais uma boa amostra de como a equipa na Nintendo decidiu “descomplicar” tudo o que esteve ao seu alcance para tornar Donkey Kong Bananza numa experiência sem atrito ou qualquer elemento que pudesse opor-se a uma diversão imediata.


Longevidade e incentivos à exploração

Terminar a história principal de Donkey Kong Bananza demora mais de 18 horas, mas este valor varia imenso de acordo com o tempo passado a explorar os cenários. As bananas, o elemento tão importante e central nesta aventura, são um forte incentivo a passar tempo a explorar, especialmente para obter ou melhorar habilidades e Bananzas, mas também tens imensos itens espalhados por cada camada do planeta para recolher e trocar por pinturas ou peças de vestuário para a dupla.

Donkey Kong Bananza não é um jogo particularmente difícil, pelo contrário. Com a exceção de ocasionais picos de dificuldade e das últimas 2 horas da história, é um jogo relativamente acessível, capaz de ser jogado por crianças sem grande dificuldade, enquanto os desafios secundários são indicados para quem deseja sentir um desafio ligeiramente superior.

Procurar os fósseis em cada camada é altamente recomendado para trocar por peças de vestuário de Donkey e Pauline que ativam buffs muito úteis para as situações de jogabilidade nas quais vais ser colocado, mas as bananas são sem dúvida o elemento essencial. Além de melhorar as Bananzas, permite tornar DK mais forte e isso é essencial para os últimos bosses (mesmo que a maioria antes desses sejam demasiado fáceis para um jogador experiente).

Após os créditos, serás colocado novamente no planeta e chamado à superfície, que está ligeiramente diferente. Aqui começa uma nova missão, que te levará a obter determinadas quantidades de Banana para falar novamente com as criaturas Ancestrais e aceder a desafios especiais no endgame. São desafios ligeiramente mais difíceis e divertidos, que permitem melhorar ainda mais cada forma Bananza, um incentivo extra a continuar a jogar e a explorar cada camada.

Conclusão

Donkey Kong Bananza tornou-se num dos meus jogos favoritos de sempre produzidos por um estúdio da Nintendo e a razão é simples: a destruição. A capacidade de jogar um jogo de plataformas no qual podes destruir praticamente todo o cenário é tão inesperado quanto refrescante, até como ferramenta para aliviar o stress. É uma ideia simples que resulta muito bem, especialmente porque toda a sua simplicidade apenas lhe permite ser muito mais divertido do que imaginaria.

Após vibrar com Super Mario Odyssey, esperava que o próximo jogo de plataformas 3D da Nintendo capaz de despertar similar nível de entusiasmo e paixão seria de Super Mario, mas Donkey Kong Bananza surpreendeu. Existem momentos verdadeiramente geniais, algumas ramificações de jogabilidade muito divertidas, cenas espetaculares e no final prevalece a sensação que Donkey Kong Bananza é um jogo que dá bom nome aos videojogos.

Prós:Contras:
  • Qualidade gráfica
  • Jogabilidade baseada na destruição é muito divertida
  • História simples, mas divertida de acompanhar
  • Imensos segredos e desafios opcionais
  • Transformações especiais que expandem a jogabilidade
  • Banda sonora
  • Desafios extra endgame
  • Poderá ser fácil demais

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