Garotas gamers revelam situações de abuso e opressão em jogos on-line

O universo dos games, historicamente dominado por homens, hoje já é composto de 46% de jogadoras do sexo feminino. O problema é que esse mundo é tão machista quanto o mundo real. As mulheres que permanecem on-line por pelo menos 22 horas semanais alegaram já ter sofrido algum tipo de assédio sexual ou bullying durante o jogo, revela estudo da Universidade Estadual de Ohio, nos EUA. Isso tem levado muitas a camuflar suas identidades reais e fazer uso de nicknames masculinos ou neutros.



Para dar um basta nessa situação, a ONG americana Wonder Women Tech (WWT) acaba de lançar o projeto #MyGameMyName. A organização convocou youtubers e jogadores homens para usar nicknames femininos em partidas on-line e experimentar na pele como é ser mulher nesse universo. Tudo foi filmado e postado em suas redes. O objetivo é usar o movimento para revelar o abuso e pressionar a indústria de games, que movimenta mais de US$ 66 bilhões por ano no mundo e já é duas vezes maior que Hollywood.

Games (Foto: Divulgação)
Games (Foto: Divulgação)
Games (Foto: Divulgação)
“O assédio acontece todos os dias. Chegaram a me tirar de uma partida por ser mulher”, conta Ariane Parra, embaixadora do #MyGameMyName e fundadora da Women Up Games, parceira oficial do projeto. Para ela, o combate deve ser feito com conscientização e denúncia de comportamentos tóxicos nas redes sociais e jogos on-line. Ela diz ser necessário que a indústria se posicione.
A estudante de direito carioca Nicolle Merhy, outra embaixadora da iniciativa – e uma das mulheres mais famosas no mundo dos jogos – pensa o mesmo. Mais conhecida como Cherrygumms (apelido que recebeu na infância por amar chicletes de cereja), Nicolle é capitã de uma equipe oficial de games no Brasil, a Black Dragons, gerenciando mais de 60 jogadores.


“É como se não estivéssemos lá, mas estamos, e em grande número. Precisamos falar, principalmente, com os meninos que estão começando nesse universo. Temos de mostrar que as mulheres têm os mesmos direitos que eles.”

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